Pesquisar Artigos

O incêndio de Roma




Ano 64 d.C

Talvez o cristianismo não se expandisse de maneira tão bem-sucedida, caso o Império Romano não tivesse
existido. Podemos dizer que o império era um tambor de gasolina à espera da faísca da fé cristã.
Os elementos unificadores do império ajudaram na expansão do evangelho. Com as estradas romanas, as
viagens ficaram mais fáceis do que nunca. As pessoas falavam grego por todo o império e o forte exército romanomantinha a paz. O resultado da facilidade de locomoção foi a migração de centenas de artesãos, por algum tempo, para cidades maiores — Roma, Corinto, Atenas ou Alexandria — e depois se mudavam para outro lugar. O cristianismo encontrou um clima aberto à religiosidade. Em um movimento do tipo Nova Era, muitas pessoas começaram a abraçar as religiões orientais — a adoração a Isis, Dionisio, Mitra, Cibele e outros. Os adoradores buscavam novascrenças, mas algumas dessas religiões foram declaradasilegais por serem suspeitas de praticar rituais ofensivos.Outras crenças foram oficialmente reconhecidas, como
aconteceu com o judaísmo, que já desfrutava proteção especial desde os dias de Júlio César, embora
seu monoteísmo e a revelação bíblica o colocassem à parte das outras formas de adoração.
Tirando plena vantagem da situação, os missionários cristãos viajaram por todo o império. Ao
compartilhar sua mensagem, as pessoas nas sinagogas judaicas, nos assentamentos dos artesãos e
nos cortiços se convertiam. Em pouco tempo, todas as cidades principais tinham igrejas, incluindo a
capital imperial.
Roma, o centro do império, atraía pessoas como um ímã. Paulo quis visitar Roma (Rm 1.10-12),
e, na época em que escreveu sua carta à igreja romana, vemos que ele já saudava diversos cristãos
romanos pelo nome (Rm 16.3-15), talvez porque já os tivesse encontrado em suas viagens.
Paulo chegou a Roma acorrentado. O livro de Atos dos Apóstolos termina narrando que Paulo
recebia convidados e os ensinava em sua casa, onde cumpria pena de prisão domiciliar, ainda que,
de certa forma, não vigiada.
A tradição também diz que Pedro passou algum tempo na igreja romana. Embora não tenhamos
números precisos, podemos dizer que, sob a liderança desses dois homens, a igreja se fortaleceu,
recebendo tanto nobres e soldados quanto artesãos e servos.
Durante três décadas, os oficiais romanos achavam que o cristianismo era apenas uma
ramificação do judaísmo — uma religião legal — e tiveram pouco interesse em perseguir a nova
"seita" judaica. Muitos judeus, porém, escandalizados pela nova fé, partiram para o ataque,
tentando inclusive envolver Roma no conflito.
O descaso de Roma pela situação pode ser visto no relato do historiador romano Tácito. Ele
relata uma confusão entre os judeus, instigada por um certo "Chrestus", ocorrida em um dos
cortiços de Roma. Tácito pode ter ouvido errado, mas parece que as pessoas estavam discutindo
sobre Christos, ou seja, Cristo.
Por volta de 64 d.C, alguns oficiais romanos começaram a perceber que o cristianismo era
substancialmente diferente do judaísmo. Os judeus rejeitavam o cristianismo, e cada vez mais
Nero durante o incêndio de Roma
pessoas viam o cristianismo como uma religião ilegal. A opinião pública pode ter começado a
mudar em relação à fé nascente até mesmo antes do incêndio de Roma. Embora os romanos
aceitassem facilmente novos deuses, o cristianismo não estava disposto a partilhar a honra com
outras crenças. Quando o cristianismo desafiou o politeísmo tão profundamente arraigado de Roma,
o império contra-atacou.
Em 19 de julho, ocorreu um incêndio em uma região de trabalhadores de Roma. O incêndio se
prolongou por sete dias, consumindo um quarteirão após o outro dos cortiços populosos. De um
total de catorze quarteirões, dez foram destruídos, e morreram muitas pessoas.
A lenda diz que o imperador romano Nero "dedilhava" um instrumento musical, enquanto Roma
era destruída pelas chamas. Muitos de seus contemporâneos achavam que Nero fora o responsável
pelo incêndio. Quando a cidade foi reconstruída, mediante o uso de altas somas do dinheiro
público, Nero se apoderou de grande uma extensão de terra e construiu ali os Palácios Dourados. O
incêndio pode ter sido a maneira rápida de renovar a paisagem urbana.
Objetivando desviar a culpa que recaíra sobre si, o imperador criou um conveniente bode
expiatório: os cristãos. Eles tinham dado início ao incêndio, acusou o imperador. Como resultado,
Nero jurou perseguir e matar os cristãos.
A primeira onda da perseguição romana se estendeu de um período pouco posterior ao incêndio
de Roma até a morte de Nero, em 68 d.C. Sua enorme sede por sangue o levou a crucificar e
queimar vários cristãos cujos corpos foram colocados ao longo das estradas romanas, iluminandoas,
pois eram usados como tochas. Outros vestidos com peles de animais, eram destroçados por
cães nas arenas. De acordo com a tradição, tanto Pedro quanto Paulo foram martirizados na
perseguição de Nero: Paulo foi decapitado, e Pedro foi crucificado de cabeça para baixo.
Entretanto, a perseguição ocorria de maneira esporádica e localizada. Um imperador podia
intensificar a perseguição por dez anos ou mais; mas um período de paz sempre se seguia, o qual
era interrompido abruptamente quando um governador local resolvia castigar novamente os
cristãos de sua área, sempre com o aval de Roma. Esse padrão se prolongou por 250 anos.
Tertuliano, escritor cristão do século li, disse: "O sangue dos mártires é a semente da igreja".
Para surpresa geral, sempre que surgia perseguição, o número de cristãos a ser perseguido
aumentava. Em sua primeira carta, Pedro encorajou os cristãos a suportar o sofrimento, confiantes
na vitória derradeira e no governo divino que seria estabelecido em Cristo (lPe 5.8-11). O
crescimento da igreja sob esse tipo de pressão provou, em parte, a veracidade dessas palavras.

Biografia Charles H. Spurgeon



Charles H. Spurgeon (1834-1892)
“O príncipe dos pregadores”

Ele é, sem sombra de dúvidas, o pregador mais citado de nossa época. Pastor, evangelista, mestre e mundialmente conhecido como o “príncipe dos pregadores”, Charles Haddon Spurgeon, mesmo mais de um século após sua morte, é aclamado como uma das mentes mais célebres da história cristã.  

Caracterizado pelo seu amor pela vida e pelo conhecimento, profundo entendimento das Escrituras e inúmeras ilustrações, impactou e ainda impacta inúmeras vidas no dia de hoje.
No período de inquisição na Espanha sob o reinado de Carlos V, onde mais de 18 mil cristãos foram perseguidos e mortos, muitos, temendo por suas vidas mudaram-se para outros países, especialmente a Inglaterra. Foi assim que a soberania de Deus moldou a trajetória da família Spurgeon. Os bisavós de Charles eram cristãos devotos, assim como seu avô paterno e seu pai, James. Praticamente criado pelo seus avós paternos, devido ao número elevado de irmãos e a condição precária de seus pais, o pequeno Charles teve sua vida influenciada desde a infância por esses grandes exemplos de fé e amor ao Senhor e à Sua Palavra. Tendo pastoreado a mesma igreja por 54 anos, o avô de Charles um dia declarou: “Não passei nem uma hora triste com a minha igreja depois que assumi o cargo de pastor”! Seu pai, James era também um amado pastor em Stambourne.
Com um desejo extraordinário pela leitura, Charles H. Spurgeon já era notável em pouca idade. Dentre seus títulos favoritos estavam “O Peregrino” de John Bunyan e “O Livro dos Mártires” de John Foxe, entre outros livros teológicos. É dito que, assim como Jesus, aos doze anos ele já era capaz de debater assuntos teológicos com anciões de seu tempo.
Embora criado em lar cristão, Charles ainda buscava um relacionamento íntimo e genuíno com Cristo. Por seis meses ele visitou igrejas e orou fervorosamente lutando contra a condenação devido a consciência de seu próprio pecado, até que certo dia, ao visitar uma igreja onde o pregador foi impedido de chegar ao culto devido a uma tempesta de neve, Charles viu um simples sapateiro levantar-se e ler: “Olhai para mim e sede salvos, todos os confins da terra” (Isaías 45:22). O sapateiro, inexperiente na arte de pregar apenas repetia a passagem e dizia: “Olhai! Não é necessário levantar um pé, nem um dedo. Não é neessario estudar em um colégio específico, ou contribuir com mil libras. Olhai para mim, e não para vós mesmos. Olhai para mim, pendurado na cruz, olhai para mim, morto e sepultado”. Em seguida, fixando os olhos em Charles, disse: “Moço, tu pareces ser miserável. Serás infeliz na vida e na morte se não obedeceres”. Então gritou ainda mais: “Moço, olha para Jesus! Olha agora”! O rapaz olhou e nunca mais parou de olhar para esse Jesus, por toda a sua vida.
Logo após essa experiência real de conversão, Spurgeon, como é conhecido, começou a incansavelmente distribuir panfletos e ensinar crianças na escola dominical em Newmarket Cambridge. Ensinou a Palavra pela primeira vez aos 16 anos de idade na casa de uma família rural em Teversham, Inglaterra. Aos 18 anos já pastoreava a congregação de Waterbeach, uma pequena igreja distante da capital inglesa.
Apenas dois anos depois, Spurgeon foi convidado para até então, o maior desafio de sua vida, pastorear a Igreja Batista Park Street Chapel na região metropolitana de Londres. O desafio era grandioso, pois essa igreja havia sido outrora a igreja mais notável de toda Inglaterra e pastoreada pelo grande teólogo John Gill. Que chances teria um jovem do campo sem educação religiosa formal diante de uma igreja que agonizava pela sua sobrevivência?
Spurgeon porém aceitou o desafio em 28 de Abril de 1854, convicto de que era a vontade de Deus para sua vida, e passou então a pastorear uma igreja com pouco mais de 100 pessoas. Seria um bom número, não fosse o suntuoso templo suficiente para acomodar cerca de 1200 pessoas. Esse fato é comentado pelo próprio Spurgeon: “No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço da insistência das suas orações. Às vezes pareciam que rogavam até verem realmente presente o anjo do Concerto (Cristo), querendo abençoá-los. Mais que uma vez nos admiramos com a solenidade das orações até alcançarmos quietude, enquando o poder do Senhor nos sobrevinha… Assim desceu a benção, a casa se encheu de ouvintes e foram salvas dezenas de almas”! Spurgeon perseverou em ensinar-lhes a Palavra e ao pregar o Evangelho e semanalmente Deus adicionava aos que eram salvos.
Aos 20 anos, Spurgeon já havia pregado mais de 600 mensagens, e em poucos meses, multidões ajuntavam-se para ouvir o jovem Charles, ao ponto que muitos tinham de permanecer para fora esperando colher algumas “migalhas” do que vinha de dentro do templo, ao passo que o local já não mais os comportava. Começou-se então uma reforma de expansão do templo da Park Street Chapel. Em meio a expansão do local, a igreja passou então a reunir-se no Exeter Hall, pátio que tinha acomodações para quatro mil e quinhentos ouvintes.
Ao retornarem para a Chapel após a reforma, ao invés de ter uma solução, alcançaram um problema maior, pois agora tinham 3 mil pessoas em um local que comportava apenas mil e quintenas. Decidem então voltar para o Exeter Hall que por sua vez também já não se mostra suficiente. Spurgeon toma então uma decisão radical, muda a igreja para o Surrey Music Hall, o local mais amplo, suntuoso, e magnífico de toda Londres, acomodando 10 mil pessoas em seu culto de inauguração. Este novo local comportava o máximo de 12 mil pessoas. Foi após esses episódios, que finalmente decidiram por construir o grande Tabernáculo Metropolitano, igreja que pastoreou por quase toda sua vida. Spurgeon, em pouco tempo, tornou-se um figura célebre ao redor do mundo, reconhecido como uma das mentes mais brilhantes de sua época, sendo convidado para ensinar em vários países tendo um média de 8 a 12 mensagens por semana.
Durante certo período, ensinou por 300 vezes em doze meses. O maior auditório no qual pregou, foi no Crystal Palace, Londres, em 7 de outubro de 1857. O número da audiência era por volta de 23.650 pessoas. Spurgeon esforçou-se tanto nessa pcasião, e o cansaço foi tamanho, que após o sermão da noite de quarta-feira, dormiu até a manhã de sexta-feira. As multidões acumulavam-se para ouvi-lo ao ponto que certa vez teve que rogar áqueles que tivessem ouvido a Palavra nos últimos três meses, que não comparecessem mais, dando assim chance aos irmãos que ainda não tinham ouvido.
Em 8 de Janeiro de 1855 casa-se com Susanan Thompson, seu amor e inspiração por toda a vida.
Ao olhar para a vida de Charles Spurgeon, as histórias e números são impressionantes, porém, talvez o que mais nos marca em sua biografia é sua diponibilidade em servir ao Senhor de todo o coração mesmo em meio a adversidade. Certa vez ao falar sobre pregar através da adversidade disse: “Quando nosso coração está despedaçado, devemos então trabalhar com um instrumento quebrado”. Ele poderia proferir essas palavras com autoridade, uma vez que dor e sofrimento foram companheiros inseparáveis de sua vida e ministério. Certa vez, porém, declarou: “Se por trabalho excessivo morrermos, sem ter alcançado a idade média da população, servindo ao Mestre, glória seja a Deus, pois teremos tão menos da terra e tão mais do céu”.

Spurgeon lutou por anos contra três diferentes doenças crônicas que constantemente o debilitavam e até o impediam de estar aos domingos no púlpito do Tabernáculo Metropolitano. Nos últimos 22 anos de sua vida e ministério, Spurgeon perdeu um terço de seus compromissos com sua igreja, devido às suas doenças.
Em 1869 Susanah passou por uma cirurgia mal-sucedida que a tornou parcialmente incapaz, fazendo com que nos próximos anos, pudesse assistir apenas a alguns dos sermões de seu marido. Pais de gêmeos, juntos foram capazes de fazer coisas grandiosas e outrora impensáveis para o Reino de Deus. Aos 50 anos de idade, Spurgeon havia sido reponsável pela fundação e supervisão de cerca de 66 instituições incluindo igrejas, escolas, seminários, orfanatos, escolas de pastores, revistas mensais e editoras. Pastoreava uma igreja de milhares de pessoas, respondia uma média de 500 cartas semanalmente, lia 6 livros teológicos por semana, e isso, dizia ele, representava apenas metade de suas tarefas. Até o fim de sua vida, Charles Spurgeon ainda foi capaz de deixar uma obra de 135 livros, incluindo a aclamada série de comentários em Salmos, “O Tesouro de Davi”.
Algo fundamental na vida de Spurgeon, era sua dedicação à oração. Quando alguém perguntava a explicação do poder da sua pregação e ministério, o Príncipe de Joelhos, como também era conhecido, apontava para o salão situado abaixo do Tabernáculo Metropolitano e dizia: “Na sala que está embaixo, há trezentos cristãos que sabem orar. Todas as vezes que prego, eles se reúnem ali para sustentar-me as mãos, orando e suplicando ininterruptamente. Na sala que está sob os nossos pés é que se encontra a explicação do mistério dessas bençãos”.
Sua eposa Susanah constantemente citava o quanto seu marido valorizava a oração, e como não abria mão de seus 30 minutos de oração antes de todo sermão pregado. J.P.Fruit disse: “Quando Spurgeon orava, parecia que Jesus estava em pé ao seu lado”.
Em 7 de Junho de 1891 ensinou pela última vez. Suas últimas palavras, no leito de morte, dirigidas à sua esposa, foram: Oh, querida, tenho desfrutado um tempo mui glorioso com meu Senhor! Ela, ao ver, por fim, que seu marido seria levado aos céus, caiu de joelhos e com lágrimas exclamou: “Oh, bendito Senhor Jesus, eu te agradeço o tesouro que me emprestaste no decurso destes anos; agora Senhor, dá-me força e direção durante todo o futuro”. Spurgeon “adormeceu” em Menton, França em 31 de Janeiro de 1892.
Seis mil pessoas assistiram ao culto de funeral, onde no caixão uma bíblia estava aberta no texto que dizia: Olhai para mim, e sede salvos, todos os confins da terra. Em seu simples túmulo, estavam gravadas as palavras: Aqui jaz o corpo de CHARLES HADDON SPURGEON, esperando o aparecimento do seu Senhor e Salvador JESUS CRISTO.
Em sua morte, vemos a mesma realidade de sua vida, um grande testemunho à glória do Senhor Jesus!!!

Puritanismo


puritanismo designa uma concepção da fé cristã desenvolvida na Inglaterra por uma comunidade de protestantes radicais depois da Reforma. Segundo o pensador francês Alexis de Tocqueville, em seu livro A Democracia na América, trata-se tanto de uma teoria política como de uma doutrina religiosa.[1]
adjetivo "puritano" pode designar tanto o membro deste grupo de presbiterianos rigoristas como aquele que é rígido nos costumes, especialmente quanto ao comportamento sexual (pessoa austera, rígida e moralista).[2]

Índice

  [esconder

[editar]História

Uma perfeita puritana, por E. Percy Moran (litografia de 1897).
A Revolução Puritana foi um movimento surgido na Inglaterra no século XVI, de confissão calvinista, que rejeitava tanto a Igreja Romana como o ritualismo e organização episcopal na Igreja Anglicana.
As críticas à política da Rainha Isabel partiram de grupos calvinistas ingleses, que foram denominadospuritanos porque pretendiam purificar a Igreja Anglicana, retirando-lhe os resíduos de catolicismo, de modo a tornar sua liturgia mais próxima do calvinismo.
Desde o início, os puritanos já aceitavam a doutrina da predestinação. O movimento foi perseguido na Inglaterra, razão pela qual muitos deixaram a Inglaterra, em busca de outros lugares com maior liberdade religiosa. Um grupo, liderado por John Winthrop, chegou às colinas da Nova Inglaterra na América do Norte em abril de 1630.

[editar]As origens calvinistas do puritanismo

A variante calvinista do Protestantismo seria bem sucedida em países como a Suíça (país de origem), Países Baixos, África do Sul (entre os Afrikaners), InglaterraEscócia e EUA. Dando origem a vários segmentos que mudaram profundamente a história da humanidade. Calvino se opôs à Igreja Católica e à Seita dosAnabatistas.
Calvino foi o primeiro a criticar a missa cristã, e talvez por isso seus séquito romperam com a Igreja Anglicana por continuar a realizá-la.
Quando Calvino ainda vivia em Genebra iniciou-se um conflito entre os partidários da casa de Sabóia (católicos) e os confederados (protestantes), que deram mais tarde origens aos grupos huguenotes na França.
Com os ideais iluministas, e a doutrina de Calvino, os primeiros protestantes ingleses se tornaram um grupo tipicamente conservador.

[editar]Os puritanos não se desenvolviam na Inglaterra

O surgimento do puritanismo está ligado às confusões amorosas do rei Henrique VIII (1509-1547) e à chegada do protestantismo continental à Inglaterra. O movimento puritano, em seus primórdios, foi claramente apoiado e influenciado por João Calvino (1509-1564), que a partir de 1548 passou a se corresponder com os principais líderes da reforma inglesa. Em 1534 foi promulgado o Ato de Supremacia, tornando o rei “cabeça supremo da Igreja da Inglaterra.” Com a anulação do seu casamento com Catarina de Aragão, sobrinha deCarlos V, o rei Henrique VIII e o Parlamento inglês separam a Igreja da Inglaterra de Roma, em 1536, adotando a doutrina calvinista apenas por comodismo. A Reforma, então, teve início na Inglaterra pela autoridade do rei e do Parlamento. No ano de 1547, Eduardo VI, um menino muito enfermo, tornou-se rei.
A Reforma protestante avançou rapidamente na Inglaterra, pois o Duque de Somerset, o regente do trono, simpatizava-se com a fé reformada. Thomas Cranmer, o grande líder da Reforma na Inglaterra, publicou o Livro de Oração Comum, dando ao povo a sua primeira liturgia em inglês. Maria Tudor, católica romana, tornou-se rainha em 1553. Assessorada pelo Cardeal Reginald Pole, em 1554 ela restaurou a sua religião.
Em 1555, intensificou a perseguição aos protestantes. Trezentos deles foram martirizados, entre eles, o arcebispo de CantuáriaThomas Cranmer (canonizado pela Igreja Anglicana), e os bispos Latimer e Ridley. Oitocentos protestantes fugiram para o continente, para cidades como Genebra e Frankfurt, onde absorveram os princípios doutrinários dos reformadores continentais. Elizabeth I ascendeu ao trono aos 25 anos em 1558, estabeleceu o “Acordo Elisabetano,” que era insuficientemente reformado para satisfazer àqueles que logo seriam conhecidos como “puritanos.”
Em seguida, promulgou o Ato de Uniformidade (1559), que autorizou o Livro de Oração Comum e restaurou o Ato de Supremacia. Em 1562, foram redigidos os Trinta e Nove Artigos da Religião, que são o padrão histórico da Igreja da Inglaterra, e a partir de janeiro de 1563, foram estabelecidos pelo Parlamento como a posição doutrinária da Igreja Anglicana. Em torno de 1567-1568, uma antiga controvérsia sobre vestimentas atingiu seu auge na Igreja da Inglaterra. A questão imediata era se os pregadores tinham de usar os trajes clericais prescritos. A controvérsia marcou uma crescente impaciência entre os puritanos com relação à situação de uma igreja “reformada pela metade.”
Thomas Cartwright, professor da Universidade de Cambridge, perdeu sua posição por causa de suas pregações sobre os primeiros capítulos de Atos, nas quais argumentou a favor de um cristianismo simplificado e uma forma presbiteriana de governo eclesiástico. A primeira igreja presbiteriana foi a de Wandsworth, fundada em 1572.
Em 1570, um pouco antes deste evento, Elisabete foi excomungada pelo Papa Pio V. A morte de Elisabete ocorreu em 1603, ela não deixou herdeiro. Apenas indicou como seu sucessor James I, filho de Maria Stuart, que já governava a Escócia. Quando o rei foi coroado, os puritanos, por causa da suposta formação presbiteriana do rei, inicialmente tiveram esperança de que sua situação melhorasse. Para enfatizar sua esperança eles lhe apresentaram, quando de sua chegada em 1603, a Petição Milenar, assinada por cerca de mil ministros puritanos, em que pediam que a igreja anglicana fosse completamente “puritana” na liturgia e administração.
Em 1604, encontram-se com o novo rei na conferência de Hampton Court para apresentar seus pedidos. O rei ameaçou “expulsá-los da terra, ou fazer pior,” tendo dito que o presbiterianismo “se harmonizava tanto com a monarquia como Deus com o diabo”. Carlos I, opositor dos puritanos, foi coroado rei, em 1625. Já em 1628William Laud tornou-se bispo de Londres (em 1633 foi nomeado Arcebispo de Cantuária) e empreendeu medidas severas para eliminar a dissidência da Igreja Anglicana. Ele buscou instituir práticas cerimoniais consideradas “papistas,” além de ignorar a justificação pela fé, por causa de suas ênfases pelagianas, oprimindo violentamente os puritanos e forçando-os a emigrarem para a América.
Em 1630John Winthrop liderou o primeiro grande grupo de puritanos até a Baía de Massachusetts e, em 1636, foi fundado o Harvard College. Laud tentou impor o anglicanismo na Escócia, só que isto degenerou num motim que serviu para aliar puritanos e escoceses calvinistas. Em 1638, os líderes escoceses reuniram-se numa “Solene Liga e Aliança” e seus exércitos marcharam contra as tropas do rei, que fugiram.
No ano de 1640, o Parlamento restringiu o poder do rei Carlos I. As emigrações para a Nova Inglaterra estacionaram consideravelmente. A Assembleia de Westminster, assim chamada por reunir-se na Abadia de Westminster, templo anglicano de Londres, foi convocada pelo Parlamento da Inglaterra em 1643 para deliberar a respeito do estabelecimento do governo e liturgia da igreja e “para defender a pureza da doutrina da Igreja Anglicana contra todas as falsas calúnias e difamações.”
É considerada a mais notável assembleia protestante de todos os tempos, tanto pela distinção dos elementos que a constituíram, como pela obra que realizou e ainda pelas corporações eclesiásticas que receberam dela os padrões de fé e as influências salutares durante esses trezentos anos.

[editar]A Assembleia de Westminster

Assembleia de Westminster caracterizou-se não somente pela erudição teológica, mas por uma profunda espiritualidade. Gastava-se muito tempo em oração e tudo era feito em um espírito de reverência. Cada documento produzido era encaminhado ao parlamento para aprovação, o que só acontecia após muita discussão e estudo. Os chamados "Padrões Presbiterianos" elaborados pela Assembleia foram os seguintes:
1. Diretório do Culto Público: concluído em dezembro de 1644 e aprovado pelo parlamento no mês seguinte. Tomou o lugar do Livro de Oração Comum. Também foi preparado oSaltério: uma versão métrica dos Salmos para uso no culto (novembro de 1645).
2. Forma de Governo Eclesiástico: concluída em 1644 e aprovada pelo Parlamento em 1648. Instituiu a forma de governo presbiteriana em lugar da episcopal, com seus bispos e arcebispos.
3. Confissão de Fé: concluída em dezembro de 1646 e sancionada pelo Parlamento em março de 1648.
4. Catecismo Maior e Breve Catecismo: concluídos no final de 1647 e aprovados pelo Parlamento em março de 1648.
Como consequências do auxílio dos escoceses, as forças parlamentares derrotaram o rei Carlos I, que foi decapitado em 1649.
O comandante vitorioso, Oliver Cromwell, assumiu o governo. Porém, em 1660Carlos II subiu ao trono e restaurou o episcopado na Igreja da Inglaterra. Teve início nova era de perseguições contra os presbiterianos.
Na Escócia, a Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana adotou os Padrões de Westminster logo que foram aprovados, deixando de lado os seus próprios documentos de doutrina, liturgia e governo que vinham da época de John Knox. A justificativa era o desejo de maior unidade entre os presbiterianos das Ilhas Britânicas. Da Escócia, esses padrões foram levados para outras partes do mundo.

[editar]Consequências

O puritanismo não conseguiu substituir as estruturas de plausibilidade que o anglicanismo ofereceu à nação inglesa. As estruturas sociais anglicanas permaneceram. Apenas para uma pequena e influente minoria esta situação não era satisfatória, e esse grupo era o dos puritanos, que travaram vigorosas e infrutíferas batalhas com o governo político-religioso da Inglaterra. Em todos esses eventos, o apoio de Calvino foi influente na tentativa de levar sua doutrina a uma nação cujos laços com Roma haviam sido cortados apenas pela vaidade de um Rei.
doutrina calvinista é hoje largamente professada entre os fiéis anglicanos, e nela sobraram apenas traços da liturgia do catolicismo.
Muitos dos puritanos fugiram para países como os EUA, onde introduziram o Presbiterianismo oriundo da reforma calvinista da Igreja da Escócia.

Referências

  1.  Sheldon Wolin, Tocqueville Between Two Worlds (2001), p. 234.
  2.  Dicionário Houaiss da língua portuguesa