Pesquisar Artigos

O Inferno existe. Logo, Deus é mau.




Essa técnica é bastante utilizada para questionar a bondade de Deus. Segundo eles, o inferno é ruim e Deus manda pessoas pro Inferno. A conclusão que segue, supostamente, é a de que Deus é mau.
O que acho estranho, a princípio, é que nós chamemos a própria fonte da moralidade(e se Deus existe Ele é a fonte da moralidade) de imoral, mas relevemos isso para a discussão que farei a seguir.
Logo de início, precisaríamos saber como é o Inferno… Coisa que não sabemos. Sabemos que é ruim, sim, mas não sabemos o que exatamente ocorre. O Inferno pode ser a simplesmente deixar de existir… Ou mesmo somente um lugar onde você pode viver com seus pecados, coisa que não é possível no céu.
Ou seja, já de início temos um problema pra dizer que Deus é, efetivamente, mau pelo próprio desconhecimento de como é o inferno… Mas suponhamos o pior: Um lago de fogo no qual só  há sofrimento. Agora nos falta, para definir que Deus é mau, saber os critérios de Deus.
Se nos foi dado o livre arbítrio, temos liberdade de escolha e, justamente por isso, cometemos pecados. Até o final, podemos escolher se preferimos abandonar o pecado e nos unir a Deus ou se preferimos o pecado e não renunciamos a ele. É justamente essa escolha que Deus vê para tomar a decisão: Se escolhemos abandonar o pecado, Ele nos concede o céu. Se nós preferimos o pecado, então Ele nos deixa escolhê-lo e ir para o Inferno.
Como exatamente nos dar a completa liberdade de escolher o que queremos é maldade? Não é Deus que nos manda ao Inferno, mas nós mesmos escolhemos nosso destino.  Para não nos obrigar a seguí-lo, Deus nos deixa escolher entre abandonar ou não o pecado, e a escolha cabe a nós. No fim das contas, não é Deus que nos condena, mas nós mesmos. Ao contrário, Deus apenas nos salva, pois nossos pecados não nos deixariam ir ao Paraíso com Ele, mas sua misericórdia permite que Ele nos purifique do pecado para que possamos fazê-lo.
Objeção: Deus poderia não ter criado aqueles que iriam ao Inferno
A princípio, parece uma boa ideia, mas na prática não é. Pensem comigo: O livre arbítrio é a liberdade de escolher entre o bem e o mal… Se Deus elimina as pessoas que escolhem o mal, mesmo que só em uma circunstância, como elas iriam escolher? Dessa forma, seria o mesmo que só dar opção de ir ao céu, ou seja, as pessoas criadas não teriam verdadeiramente o livre arbítrio, pois desde o princípio não haveria dúvidas de que elas obrigatoriamente iriam para o céu, ou então elas nem existiriam.
De fato, elas manteriam a liberdade de escolher entre o bem e o mal na Terra e depois se arrepender, mas elas não poderiam escolher o pecado ao invés de Deus. Ou seja, uma parte do livre-arbítrio não existiria, pois ela não teria como escolher entre céu e inferno, já que qualquer um que fosse escolher o inferno não viria a existir. Se Deus queria o livre arbítrio, não poderia não criar as pessoas que iriam ao  Inferno.
Conclusão:
A crítica até faria sentido, se a nossa condenação fosse uma escolha de Deus. Deus quer salvar todos nós e exatamente por isso Cristo pagou os nossos pecados na cruz. Ele nos dá a liberdade de escolha. Quem preferir o pecado, pode ficar com ele. Quem preferir a Deus, irá com Ele. Felizmente, não entramos no céu por nossos méritos – pois se fôssemos medir nossos méritos não entraríamos -, mas pela misericórdia de Deus que nos purifica do pecado para que possamos ser salvos.
Ou seja, a condenação é feita por nós mesmos, que não queremos ser perdoados. Contudo, a Salvação só ocorre por meio de Deus.
E o pedido de não criar as pessoas que iriam ao inferno para evitar o seu sofrimento não faz sentido, pois seria o mesmo que acabar com o livre-arbítrio. Tal como na imagem no início do post, uma das portas seria fechada… Como você teria escolha entre elas?