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Quem eram os Castrati no Romanismo




Publicado em 3/6/2008
Enviado por: João Rios
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Farinelli Il Castrato

http://www.youtube.com/watch?v=ZNp8hYycx4c&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=NWMOmBohlTE


Os cantores "castrati"


Por: Aristides A. J. Makowich

http://www.projetomusical.com.br/curiosidades/index.php?pg=curiosid_21

Acredita-se que, em geral, os estilos de canto ocidental moderno remontam apenas ao final do século XVI. Inicialmente é provável que a voz masculina aguda fosse preferida pela sua grande potência, em vista de um tórax mais avantajado que o das mulher. O surgimento da ópera e as restrições impostas às vozes femininas, influenciaram a arte do canto e a procura de vozes não só adequadas de soprano, mas sobretudo potentes. Isso era encontrado nos cantores pre-púberes masculinos que, infelizmente, logo perdiam seu dom e "engrossavam" a voz ao atingirem a puberdade.

Como resultado da expulsão das mulheres dos palcos e coros, decretada pela Igreja, surgiram no século XVIII, os "castrati", que eram cantores castrados antes da puberdade para preservarem o registro de soprano ou contralto da voz. Apoiada em pulmões masculinos, essa voz era ágil e penetrante.

Os "castrati" foram usados pela Igreja Católica durante mais de 300 anos e ocuparam uma posição dominante na ópera dos séculos XVII e XVIII, tendo sido fundamentais no desenvolvimento e popularização da ópera italiana (Monteverdi dava preferência ao uso de "castrati" em suas obras).

A voz "castrato" atendia à necessidade dos compositores da Contra-Reforma de vozes agudas e expressivas na música de igreja, e os "castrati" foram então utilizados nos três séculos seguintes. Na ópera, sopranos e "castrati" tornaram-se os cantores mais valorizados no período barroco, com sua eloqüência insuperável no estilo novo e fluente do "bel canto" e, em alguns casos, o resultado dessa operação tornou possível uma voz de assombrosa irrealidade de tom e perfeição técnica. Para muitas dessas vítimas desse sofisticado barbarismo, o resultado foi uma carreira em obscuridade provincial perdida, enquanto outros tiveram um sucesso de superstar hollywoodiano.

Farinelli e Alessandro Moreschi, O último "Castrato"

O mais famoso "castrato" foi o napolitano Carlo Broschi (1705-1782),conhecido como Farinelli e que foi tema recente de película cinematográfica homônima.

Castrado aos sete anos de idade, Farinelli cantou a partir dos anos 1720 em óperas, incluindo várias de seu professor, o famoso Nicolau Porpora, e da maioria dos compositores de sua época. No auge de sua forma vocal, cantou em Londres e foi altamente louvado pela sua agilidade, pureza tímbrica e bela sonoridade e teria sido capaz de sustentar uma nota por mais de um minuto sem respirar.

Desfrutou de aposentadoria, dono de enorme riqueza recebendo, em sua propriedade em Bolonha, o Padre Martini, Chistoph W.Gluck e Mozart e foi muito influente na difusão do estilo musical floreado.

Outro "castrato" mezzo-soprano famoso, foi Gaetano Cafarelli (1710-1783), também aluno de Porpora e compositor para o qual Händel escreveu a famosa ária "Ombra mai fù" de Xerxes (o "Largo"). Sua voz era encantadora, inferior apenas à de Farinelli, mas sua arrogância o tornou impopular.

Foram também famosos Loreto Vitori, que permaneceu na Itália, e Baldassare Ferri, que serviu às cortes de Varsóvia e Viena. É conhecido o episódio do grande Franz Joseph Haydn que, como cantor da Igreja de Santo Estevão, quando viu sua voz mudar, ficou num sério dilema: se se submetesse à castração, conservaria sua função, mas o jovem preferiu enfrentar os rigores de uma nova condição passando fome e frio, cedendo seu lugar ao irmão Michael, mais jovem que ele, preservando assim sua integridade física.

Em 1878, o Papa Leão XIII extinguiu a castração e o último "castrato" de que se tem notícia, foi Alessandro Moreschi, falecido em 1922. Sua voz foi gravada e se constitui hoje, no único registro do verdadeiro som produzido por um "castrato".



Castrato


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Castrato (plural castrati) é um cantor masculino cuja extensão vocal corresponde em pleno à das vozes femininas, seja de (soprano, mezzo-soprano, ou contralto). Esta faculdade numa voz masculina só é verificável na sequência de uma operação de corte dos canais provenientes dos testículos, ou então por um problema endocrinológico que impeça a maturidade sexual. Consequentemente, a chamada "mudança de voz" não ocorre.

A castração antes da puberdade (ou na sua fase inicial) impede então a libertação para a corrente sanguínea das hormonas sexuais produzidas pelos testículos, as quais provocariam o crescimento normal da laringe masculina (para o dobro do comprimento) entre outras características sexuais secundárias, como o crescimento da barba.

Quando o jovem castrato chega à idade adulta, o seu corpo desenvolve-se, nomeadamente em termos de capacidade pulmonar e força muscular, mas a sua laringe não. A sua voz adquire assim uma tessitura única, com um poder e uma flexibilidade muito diferentes, tanto da voz da mulher adulta, como da voz mais aguda do homem não castrado (contratenor). Por outro lado, a maturidade e a crescente experiência musical do castrato tornavam a sua voz marcadamente diferente da de um jovem.

O termo castrato designa não só o cantor mas também o próprio registo da sua voz.

Os castrati na história

A prática de castração de jovens cantores (ou castratismo) teve início no século XVI, tendo surgido devido à necessidade de vozes agudas nos coros das igrejas da Europa Ocidental, já que a Igreja Católica Romana não aceitava mulheres no coro das igrejas. No fim da década de 1550, o duque de Ferrara tinha castrati no coro da sua capela. Está documentada a sua existência no coro da igreja de Munique a partir de 1574 e no coro da Capela Sistina a partir de 1599. Na bula papal de 1589, o papa Sisto V aprovou formalmente o recrutamento de castrati para o coro da Igreja de S. Pedro.

Na ópera, esta prática atingiu o seu auge nos séculos XVII e XVIII. O papel do herói era muitas vezes escrito para castrati, como por exemplo nas óperas de Handel. Nos dias de hoje, esses papéis são frequentemente desempenhados por cantoras ou por contratenores. Todavia, a parte composta para castrati de algumas óperas barrocas é de execução tão complexa e difícil que é quase impossível cantá-la.

Muitos rapazes que eram alvo da castração eram crianças órfãs ou abandonadas. Algumas famílias pobres, incapazes de criar a sua prole numerosa, entregavam um filho para ser castrado. Em Nápoles, recebiam a sua instrução em conservatórios pertencentes à Igreja, onde leccionavam músicos de renome. Algumas fontes referem que muitas barbearias napolitanas tinham à entrada um dístico com a indicação "Qui si castrano ragazzi" (Aqui castram-se rapazes).

Em 1870, a prática de castração destinada a este fim foi proibida em Itália, o último país onde ainda era efectuada. Em 1902, o papa Leão XIII proibiu definitivamente a utilização de castrati nos coros das igrejas. O último castrato a abandonar o coro da Capela Sistina foi Alessandro Moreschi, em 1913.

Na segunda metade do século XVIII, a chegada do verismo na ópera fez com que a popularidade dos castrati entrasse em declínio. Por alguns anos, ainda existiram desses cantores na Itália. Com o tempo, porém, esses papéis foram transferidos aos contratenores e, algumas vezes, às sopranos.


História da Música Ocidental


http://www.movimento.com/especial/basica/4.asp

A MÚSICA BARROCA - (do final do século 16 a meados do século 18)

A cantora principal era apelidada de prima donna ("principal mulher" em italiano) ou diva ("deusa" em italiano), o cantor principal era o primo uomo ("principal homem" em italiano) e o castrato ("castrado" em italiano) era o primo musico ("primeiro músico" em italiano).

A história deste último tipo de cantor é a seguinte: quando algum professor de música percebia que um menino tinha uma voz muito boa para o canto, convencia a sua família a fazer uma operação no seu sexo a troco de dinheiro. Esta prática, segundo os registros, já era feita pelos povos antigos, para suas músicas religiosas e de entretenimento. Importada pela Igreja Católica, durante a Idade Média, o castrato foi amplamente aproveitado na ópera desde o seu início até o final do século 18. Ele se valorizava e se valorizou, recebendo vultosa quantia financeira e muito prestígio social. Era também visto como uma monstruosidade ou aberração. Esta prática começou a ser proibida no século 18 e desapareceu por completo há cerca de cento e cinqüenta anos. Hoje ninguém sabe como soaria um castrato. Atualmente as personagens escritas para castrato, são substituídas por homens ou mulheres, conforme a filosofia da montagem.


Farinelli, o maior dos castrati, é exumado na Itália


http://www.movimento.com/mostraconteudo.asp?mostra=2&escolha=3&codigo=3296

Por: Antônio Campos Monteiro Neto

Exumação tem o objetivo de aprofundar o conhecimento de como sua voz virtuosa se desenvolveu

(Transcrito do site BBC Brasil. Para acesso ao original, use o link abaixo)

Historiadores e cientistas do Centro de Estudos Farinelli, em Bolonha, desenterraram o corpo de Carlo [Broschi, conhecido como] Farinelli, possivelmente o mais famoso dos cantores castrati, - que viveu na primeira metade do século XVIII - para tentar aprofundar o conhecimento de como sua voz virtuosa de desenvolveu.

Os castrati eram muito populares e, sobretudo, reputados artistas da ópera italiana dos séculos 16 a 19.

Castrados antes da puberdade, mantinham cordas vocais pequenas que lhes possibilitavam alcançar os timbres mais altos.

Os cientistas querem descobrir os efeitos anatômicos desta operação, medindo seus ossos e crânio.

Testes de DNA poderão indicar de que Farinelli se alimentava e que doenças teve.

Notoriedade

Um intenso treinamento conferia à voz de um castrato uma combinação virtuosa de voz masculina emitida por poderosos pulmões adultos, capaz de chegar aos extremos agudos da escala musical.

A prática nasceu na Itália do século 17, onde anualmente cerca de 4 mil garotos, em geral de famílias pobres, eram castrados a partir dos oito anos de idade.

O procedimento foi banido em 1870, mas o último castrato, Alessandro Moreschi, ainda chegou a gravar em 1902.

Poucos castrati chegavam ao sucesso, mas os que o faziam se tornavam as estrelas artísticas de seu tempo, e se comportavam como tal.

Os que conseguiam ir além de uma vida relativamente desconhecida como cantores de ópera ou solistas de igreja cobravam cachês astronômicos e tinham legiões de admiradores.

O temperamental Farinelli, provavelmente o mais famoso dos castrati, foi enterrado em Bolonha em roupas de cavaleiro.

Links relacionados:

Reportagem BBC Brasil

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